sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Karen Horney


Karen Horney nasceu em Setembro de 1885. O pai, Berndt Wackels Danielson, era o capitão de um navio, e as suas crianças chamavam-lhe “o atirador de Biblias”, porque… era verdade.

A infância de Karen parece ter sido uma cheia de más interpretações, uma vez que ela aclamava o pai como sendo uma figura rude e autoritária, que preferia o irmão a ela, quando o pai trazia-lhe presentes das suas viagens, e levava-a em viagens, um ato raro por parte de um capitão. Mesmo assim, ele não conseguia cativá-la.

Aos nove anos, tornou-se mais rebelde e ambiciosa, dizendo que “se não podia ser bonita, podia ser esperta”. Mas segundo os críticos, ela era de fato, bastante bonita, e chegou a apaixonar-se pelo próprio irmão, Berndt, resultando num afastamento entre irmãos, e na sua primeira depressão, um problema que a iria perseguir para o resto da vida. Durante os seus primeiros anos como adulta, teve que lidar com o divórcio dos seus pais, e entrou numa escola de medicina, contra a opinião dos pais e da sociedade da altura. Casou-se em 1909 com Óscar Horney, em 1910 teve uma filha, e em 1911 perdeu a mãe, Clotilde “Sonni” Danielson.

Anos de stress fizeram com que Karen entrasse no campo da psicanálise. Admite-se que o marido de Karen não era muito diferente do seu pai, um autoritário rude com as suas crianças. Ela não interferia, e chegava a considerar a atmosfera como a ideal para encorajar a independência das suas crianças, mas anos mais tarde, ela mudou a sua perspectiva. No mesmo ano, 1932, o negócio de Oskar faliu, e o mesmo contraiu meningitis, e o irmão de Karen faleceu com uma infecção pulmonaria. Todos estes eventos afetaram Karen de tal modo que ela chegou a considerar o suicídio. Em 1926, ela migrou para os USA com as filhas, estabelecendo-se em Brooklyn, que se estava a tornar numa capital intelectual a nível mundial, com a onde de refugiados judeus vinda da Alemanha. Para além de conhecer intelectuais como Erich Fromm e Harry Stack Sullivan, ela desenvolveu as suas teorias sobre a neurose, com base nas suas próprias experiencias como psicoterapeuta. Manteve-se activa, tanto nas teorias como no ensino e na escrita, até à altura da sua morte, em 1952. (Boeree, Homey; 1997)Sobre a obra de referência:“The neurotic personality of our time” é considerado como uma obra de leitura fácil, comparado com os demais livros do mesmo tema, e possui críticas positivas.

Neste livro, Karen Horney explora a estrutura básica das neuroses no seu contexto cultural. Ou seja, como os conflitos encontrados numa pessoa de determinada cultura correspondem aos estilos de vida característicos dessa mesma cultura. Fala do mesmo modo sobre a necessidade de afecção por parte destas pessoas, até aos sentimentos de culpa, e desejo de poder, prestigio e possessão. Descreve a necessidade de um neurótico ter um “parceiro” que lhe controle a vida e lhe resolva os problemas, a necessidade de restringir, a necessidade de controlar os outros, medo do falhanço ou mesmo os maus julgamentos, e a luta por reconhecimento social ou prestigio. (Horney; 1937)

Karen praticou, ensinou e escreveu até à sua morte em 1952.

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