Motivação (do Latim movere, mover) designa em psicologia, em etologia e em outras ciências humanas a condição do organismo que influencia a direção (orientação para um objetivo) do comportamento. Em outras palavras é o impulso interno que leva à ação. Assim a principal questão da psicologia da motivação é "por que o indivíduo se comporta da maneira como ele o faz?" (Rudolph, 2003). "O estudo da motivação comporta a busca de princípios (gerais) que nos auxiliem a compreender, por que seres humanos e animais em determinadas situações específicas escolhem, iniciam e mantém determinadas ações" (Mook, 1996, citado segundo Rudolph, 2003).
É uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de cada particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo.
Porém podemos concordar que o interior é diariamente influenciado pelo meio externo, isso inclui pessoas e coisas. Podemos nos sentir influenciados pelo entusiasmo de alguém que nos motiva a fazer algo. Já em determinadas situações e dependendo do temperamento da pessoa, ou mesmo da sua personalidade geral, pode-se oferecer certa independência ao meio externo. Ou seja, sua força interior de motivação é alta e "não precisa" de ajuda ou baixa e "precisa de apoio".
O nível de motivação é influenciado por diversos fatores como a personalidade, percepções individuais do meio ambiente, interações humanas e emoções.
Abordagens
O ser humano é um ser de necessidade. Nesta direção o comportamento humano é pautado pela satisfação dessas necessidades durante as fases do seu desenvolvimento. As necessidades humanas não são naturais, precisam ser criadas, inventadas pelo homem. Considerando que nenhum comportamento humano é carente de justificativa, é tarefa dos estudiosos da Psicologia da motivação estudar os motivos, os instintos intrínsecos ao homem que o levam a agir, a se comportar de determinada maneira e não de outra. A teoria da motivação visa mapear os motivos humanos, tentando explicitar o comportamento observado numa forma de linguagem inteligível no campo real do homem, através da escrita. Como o ser humano possui tanto a capacidade de construir como a de destruir, é muito importante para ele entender um pouco os instintos que o levam a destruir, impedindo a continuidade do processo de construção de sua vida. Não há como conhecer todas as explicações possíveis, pois o homem pode sempre inventar uma nova explicação. No entanto, conhecendo-se cada vez mais elementos que explicam o comportamento humano, pode-se ter uma maior amplitude de possibilidades que ajudem o homem a conciliar seus desejos internos com os limites que o meio externo lhe impõe, conciliando seus interesses sem desrespeitar os interesses dos demais seres humanos. Assim, o ser humano pode ter uma vida psíquica mais saudável, à medida que toma consciência de seus instintos inconscientes. Existem teorias diversas de explicação do comportamento. Sendo a motivação um objeto de estudo essencial nessas teorias, é natural que cada uma lhe tenha dedicado especial atenção. Para os comportamentalistas, a motivação é explicada com conceitos como recompensa e incentivo, sendo a recompensa um objeto ou evento atrativo fornecido como conseqüência de um comportamento particular, e o incentivo um objeto ou evento que encoraja ou desencoraja comportamento. Então quando a um aluno é prometida uma nota elevada, isso é um incentivo, sendo que quando a nota sai isso é uma recompensa. A motivação para os comportamentos é vista como extrínseca. Existe outra abordagem que foi desenvolvida como uma reação ao comportamentalismo e à psicanálise freudiana, a humanística. Estas teorias não explicariam adequadamente as motivações dos comportamentos. Os humanistas, como Carl Rogers e Abraham Maslow enfatizam então fontes intrínsecas de motivação, como as necessidades de “auto-realização”, a “tendência realizadora” inata ou a “necessidade de autodeterminação”. Em comum, estas diferentes explicações têm a crença de que as pessoas são continuamente motivadas pela necessidade inata de realizar os seus potenciais. Outra abordagem em que a motivação intrínseca terá mais importância é a cognitivista. Os cognitivistas acham que o comportamento é determinado pelo nosso pensamento, e não apenas pelas recompensas que tenhamos eventualmente recebido. As pessoas reagem às suas próprias interpretações dos eventos externos, em vez de reagirem aos eventos em si. Assim são fatores internos que determinam o nosso comportamento.
Teoria de Abraham Maslow
Abraham Maslow identificou que os seres humanos são motivados por necessidades específicas, mas que nem sempre são iguais, variando muito de acordo com o momento vivido pelo indivíduo.Maslow organizou estas necessidades em forma de pirâmide com o intuito de sugerir que a nossa motivação para satisfazer as necessidades do topo (necessidades de ser) só surgirá, quando as da base forem satisfeitas (necessidades de carência), altura em que a motivação para a satisfação destas descerá. Tal não implica que mesmo quando satisfeitas as necessidades do topo, a nossa motivação cesse. Pelo contrário, ela aumenta na busca de maior satisfação. A sua teoria foi criticada porque a realidade mostra exemplos de pessoas que não seguem tão rigidamente a sua hierarquia. No entanto, a sua teoria aponta que em geral um indivíduo deverá satisfazer uma necessidade mais urgente para passar para a próxima necessidade. Por exemplo, um homem que não tem onde morar (Necessidade 1) não terá interesse em ser considerado o funcionário do mês de sua empresa (necessidade 4) e também não estará preocupado se foi descoberta a cura pra uma doença rara (necessidade 5). Assim que ele conseguir um teto para morar, ele conseguirá ver a próxima necessidade de forma relevante, pois já não terá mais aquela preocupação anterior, liberando assim esse gás que antes estava ocupado.
Tipos de Necessidades:
1. Necessidades Fisiológicas; (a mais urgente) Necessidade de alimentação (fome e sede), de sono e repouso, de abrigo (frio ou calor) e o desejo sexual. Estas necessidades são fundamentais para a sobrevivência do indivíduo e para a propagação da espécie.
2. Necessidades de Segurança; Uma vez satisfeitas às necessidades fisiológicas a pessoa procura satisfazer a necessidade de se sentir protegida e livre de perigo.
3. Necessidades Sociais (amor e relacionamento); Necessidades de associação, participação, de amizade, amor, aceitação por parte dos companheiros.
4. Necessidades de Estima e; Necessidades relacionadas como a forma como o indivíduo se avaliam - sentimentos de auto-apreciação social e de respeito, de status, de prestígio e de consideração.
5. Necessidades de Auto-realização. (a menos urgente) Necessidades relacionadas à competência e realização do potencial de cada indivíduo, de desenvolvimento, maximização do desempenho Nem todas as pessoas chegam ao topo da pirâmide.
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