segunda-feira, 6 de abril de 2009

Teoria do Psicodrama

A Espontaneidade é a capacidade de agir de modo "adequado" diante de situações novas, criando uma resposta inédita ou renovadora ou, ainda, transformadora de situações preestabelecidas. É um fator que permite ao potencial criativo atualizar-se e manifestar-se.
Tele é a capacidade de se perceber de forma objetiva o que ocorre nas situações e o que se passa entre as pessoas. O Fator Tele influi decisivamente sobre a comunicação, pois só nos comunicamos a partir daquilo que somos capazes de perceber. É também a percepção interna mútua entre dois indivíduos.
Empatia Tendência para se sentir o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas pela outra pessoa.
Co-inconsciente são vivências, sentimentos, desejos e até fantasias comuns a duas ou mais pessoas, e que se dão em "estado inconsciente".
Matriz de Identidade, é o lugar do nascimento. Placenta social pois, à maneira da placenta, estabelece a comunicação entre a criança e o sistema social da mãe, incluindo aos poucos os que dela são mais próximos. É o local onde a criança se insere desde o nascimento, relacionando-se com objetos e pessoas dentro de um determinado clima.
Moreno descreve cinco etapas da formação da Matriz, que depois resume em três:
1. Fase da Indiferenciação: onde a criança, a mãe e o mundo são uma coisa só.
2. Fase onde a criança concentra a atenção no outro, esquecendo-se de si mesma.
3. Movimento Inverso: a criança está atenta a si mesma, ignorando o outro.
4. Fase onde a criança e o outro estão presentes de maneira concomitante, e ela já se arrisca a tomar o papel do outro, embora não suporte o outro no seu papel.
5. Fase na qual já se aceita a troca de papéis, (inversão de papéis).

Depois ele agrupou as fases, dividindo em apenas três:


1. Fase do Duplo - Fase da indiferenciação e onde a criança precisa sempre de alguém que faça por ela aquilo que não consegue fazer por si própria, necessitando portanto de um ego-auxiliar.
2. Fase do Espelho - onde existem dois movimentos que se mesclam: o de concentrar a atenção em si mesma esquecendo-se do outro e o de concentrar a atenção no outro ignorando a si mesma. (exemplo disso pode ser o de quando a criança olha a sua própria imagem no espelho e não se identifica como ela mesma, ela só diz: olha o nenê.).
3. Fase de Inversão - em primeiro lugar, existe a tomada do papel do outro para em seguida haver a inversão concomitante dos papéis.


Papel é a unidade de condutas interrelacionais observáveis, resultante de elementos constitutivos da singularidade do agente e de sua inserção na vida social.
"O Papel é a forma de funcionamento que o indivíduo assume no momento específico em que reage a uma situação específica, na qual outras pessoas ou objetos estão envolvidos."
Os Papéis Psicodramáticos correspondem à dimensão mais individual da vida psíquica, "à dimensão psicológica do eu", e os papéis sociais, à dimensão da interação social. Estes papéis, também chamados "psicológicos", e os papéis sociais corresponde a conjuntos diferenciados de unidades de ação. Na fase da Brecha entre Fantasia e Realidade, adquiri-se também, portanto a capacidade de iniciar processos de aquecimento diferenciados, para o desempenho de um e de outro tipo de papel. Só assim se exerce a espontaneidade com a adequação da ação do sujeito a seus próprios papéis.
Papéis Psicodramáticos são "personificações de coisas imaginadas, tanto reais quanto irreais".
Dramatização é o método por excelência para o auto conhecimento, o resgate da espontaneidade e a recuperação de condições para o inter-relacionamento. É o caminho através do qual o indivíduo pode entrar em contato com conflitos, que até então permaneciam em estado inconsciente.
Catarse de Integração é a mobilização de afetos e emoções ocorridas na interelação, télica ou transferencial, de dois ou mais participantes de um grupo terapêutico, durante uma dramatização.
Sonho é uma mensagem que o psiquismo envia para si mesmo.
Vínculos Compensatórios são relações especiais que o indivíduo estabelece com as pessoas ou com as coisas, delegando para as outras pessoas ou coisas funções psicológicas de cuidado, proteção e orientação que ele deveria ter tido nos seus primeiros dois anos de vida, mas não teve.
Jogo Dramático tem como objetivo é permitir uma aproximação terapêutica do conflito; através do jogo. A cena dramática é aquela que expressa algum conflito; sem conflito não há dramaticidade e a cena é vazia, segundo o teatro. Propicia ao indivíduo expressar livremente as criações do seu mundo interno, realizando-as na forma de representação de um papel, pela produção mental de uma fantasia ou por uma determinada atividade corporal.
Diretor na realização de cenas ou jogos, geralmente é o terapeuta. É quem dirige o grupo ou a cena, orientando ou sugerindo determinados jogos e papeis.


O Psicodrama possui algumas modalidades:


O Psicodrama Bipessoal, é o atendimento do cliente somente pelo terapeuta, onde o processo psicoterapêutico se desenvolve na relação dois-a-dois e as dramatizações são feitas, freqüentemente, utilizando-se de almofadas ou blocos de espuma no lugar do Egos Auxiliares.
O Psicodrama Individual com Egos Auxiliares é uma das modalidades de psicodrama em que pode se utilizar de pessoas para assumirem os lugares dos personagens que o cliente solicita.
O Psicodrama Grupal é das modalidades do psicodrama a mais eficiente, pois além de possibilitar todas as vantagens do psicodrama individual com ego possibilita ao cliente lidar com sua intimidade frente a um público, numa relação mais próxima das relações da vida real, diminuindo a distância entre o vivenciar terapêutico e o vivenciar real.
Os Egos Auxiliares em princípio, é todo indivíduo que, ao contracenar com o cliente, joga o papel de pessoas de sua relação ou de figuras de seu mundo interno, figuras já existentes ou não, mas desejadas.

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